As Sopas do Verde têm a sua origem nestes pressupostos. Verde é, ainda no presente, a designação dada ao sangue obtido na sangria que se faz aos animais, aquando do seu abate. Juntam-se as vísceras, para fazer o caldo (líquido quente) a cheirar a hortelã, necessário para lhe lançar o pão migado (as sopas).
Dessa feliz união nascem as Sopas do Verde que foram, num passado ainda recente, o prato principal nos banquetes de casamento. Parecendo um prato trivial, pobre de aparatos culinários, o que motivava ser tão apreciado?
Precisamente porque não era de uso corrente. Para o confeccionar, necessária era o abate da rês. Não podia ser abatida com frequência, porque servia de estabilidade económica do proprietário dos pequenos rebanhos, de onde retirava alguns proventos com o leite, a lã e a venda dos animais. Portanto só era permitido o seu abate por festa familiar, baptizado ou casamento